28 de mai. de 2011

A Dor Do Amor

     Perguntava se estava tudo bem à amiga que fazia uma cara de dor e com a mão no peito.Ela respondia: "Esta tudo bem: Mas eu ainda estou com falta daquele homem que veio como um ladrão, que de repenteveio em uma noite e furtou de meu peito tudo que eu tenho. Agora, só tenho este vazio que arde como um incêndio em mim." A amiga vê a dor nítida nela. Era uma dor que pareciatão intensa que quem olhasse para ela podia ser contagiado pela expressão de dor.
     A amiga pergunta quem era e para onde foi. Quem ela era tinha um milhão de afirmativas sem certeza total. Mas para onde foi era a mais anonima pergunta. Logo surgia: "como se conheceram". E aparecia o desabafo de uma festa em que aparecia um homem diferente e anormal. Um homem, que ela tinha certeza, que aparecia um homem diferente e anormal. Um homem, que ela tinha certeza, que tinha na ponta da lingua a cura da imensa dor que sentia. Mais adiante vinha: "o que você quer com ele"? E corria tristemente a palavra "esquecer" seguida de uma golada de forte tristeza.
     A amiga se despede da dona da dor, que parte um pouco mais aliviada do vazio que tinha no peito. Ela vai para casa e ao chegar em seu quarto, o silencio e a solidão aumentam a dor que como chibatadas em brasas castigam a menina que fica aos prantos queimando o peito no quarto.
     O telefone toca. Sem pensar duas vezes enchuga as lágrimas atende. Era o rapaz que a deixava assim. Mas também o único que pode curá-lo. Ela pensa em desligar, pois o havia evitado há muito tempo, muitas vezes, chegando ao ponto de mudar-se para esquecê-lo! E além de tudo, vigiava o telefone para ter certeza que não era ele. Mas estranhamente, ao ouvir a voz dele, a dor que a um segundo atrás a torturava imensamente, agora simplesmente, de uma hora para a outra, desaparece. Então ela o ouvi atentamente.
     Ele está tímido e fala coisas cretinas para no final querer encontrá-la no cinema. Ela está tão aliviada pela dor ter parado que cegamente aceita o convite. Quando desliga o telefone e para, por um instante, percebe que havia aceito. Mas também, nota que a dor havia parado completamente. Só restara daquela conversa a ansiedade e um gosto de alegria nos lábios. Então, ela passa o resto da tarde se aprontando para reencontrar seu coração. Para encher seu peito. Para tranquilizar sua dor para sempre.
     É chegada a hora do encontro. Ela está pronta, mas não quer sair de casa. Está indecisa e com medo. Medo que ele a abandone de novo. Medo da dor voltar, medo de não conseguir esquecer.
     Ela fica em casa pronta para sair, mas prefere se encontrar com o romântico Jornal Nacional. Ela se distrai e começa a lembrar de antigos encontros. Lembrou de como os dois estavam apaixonados. Então pensou que, ja que ele havia convidado, talvez, ele também estivesse sofrendo e a quizesse de volta!
     De súbito ela levanta e vai ao cinema o mais rápido possível. O filme combinado já havia começado e ele não estava do lado de fora. Resolver, ainda cheio de esperança, entrar para a sessão e procurar por ele. Ela entra na sala de cinema e, por muito tempo, vasculha com os olhos o rosto de cada um tentando encontra-lo.
     Nada. Ele não estava la. A dor voltara do nada com o dobro da força.
Ela se senta pela dor na primeira fileira. Seu peito vai destruindo-a lentamente. O vazio já parece afetar todo o corpo. Ela não aguenta mais. Aquela dor... aquele vazio... aquela falta de amor que a matava e torturava lentamente. Ela suspira. E faz isto pela última vez morrendo dolorosamente pela falta de amor.

Inspirado em: Palavras de Amor( Nelson Coelho)



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